sábado, 20 de outubro de 2012

O CLASSISTA - Boletim nº02 da Oposição CCA ao DCE-UFG

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O CLASSISTA
Goiás, segundo semestre de 2012 - Boletim nº 2 da Oposição CCA
oposicaocca.blogspot.com / oposicaocca@gmail.com
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Creches em universidades: garantir o direito das mulheres ao trabalho e ao estudo!

O empobrecimento da classe trabalhadora, decorrente do início da implementação do neoliberalismo de maneira global ao final da década de 70, resultou no crescimento do número de mulheres inseridas no mercado de trabalho, obrigadas a trabalhar fora para complementar a renda da casa. A necessidade de ter onde deixar os filhos para trabalhar, somada à histórica luta pela emancipação das mulheres e da classe trabalhadora resultou, no Brasil, o ápice do movimento pelas creches naquela década, sendo as creches essenciais para essa libertação, permitindo uma maior participação dos pais e principalmente das mulheres nos espaços políticos.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Invasão ilegal da Polícia Militar de Goiás ao Acampamento Pedro Nascimento


Por Passa Palavra.

"Procuraram água por todo canto com a finalidade de realizar sessões de tortura sem deixar marcas, ainda bem que não encontraram, senão seria pior." Por Comitê de Solidariedade e Apoio ao Acampamento Pedro Nascimento

Estávamos em uma atividade no centro e algumas pessoas do acampamento começaram a nos ligar, dizendo que a polícia estava rondando o acampamento, perguntando onde estava o pastor Lindomar” — devido à insistência das ligações, resolveram voltar ao acampamento. Quando lá chegaram “parecia que os policiais brotavam do chão” e, sem motivo aparente ou qualquer documentação, invadiram a casa de um dos acampados e começaram uma busca. Eram cerca de 20 policiais, entre fardados e à paisana, divididos em 3 viaturas e 2 carros civis.

 “Foram muito agressivos, rasgaram uma lona e já pularam para dentro de uma barraca”. Enquanto alguns fizeram uma busca minuciosa, à procura de não se sabe o quê, outros tentavam intimidar: “rapaz, saia daqui, hoje viemos avisar, porque quando acontecer a reintegração nós vamos voltar aqui e arrebentar tudo, botar fogo no seu barraco e levar você preso”. Quando o morador tentou argumentar que estava ali porque precisa, começaram as agressões — tapas e socos no rosto, chutes, estrangulamento. A irmã de um dos que estavam sendo agredidos tentou perguntar o porquê de estarem fazendo isso e um dos policiais a mandou ir embora, dizendo uma infinidade de palavrões. Porém, quando ela disse que ligaria para advogados, outro a puxou pelos cabelos e a enforcando começou a bater sua cabeça contra a parede. Outra mulher teve os dedos esmagados com tanta força por um policial que isto lhe causou lesões musculares e nervosas. As agressões continuavam com vigor e “procuraram água por todo canto” com a finalidade de realizar algumas sessões de tortura por afogamento, que não deixam marcas visíveis; “ainda bem que não tinha, pois senão tinha sido muito pior”, disse uma das moradoras.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Fortalecer a greve nacional dos estudantes pela base, com classismo e combatividade!

Brasil, Julho de 2012 - Comunicado Nacional da RECC Nº11
Estudantes chilenos em greve se enfrentam com a polícia e o governo (2011)
 
No dia 18 de junho ocorreu na UFRJ a primeira reunião do Comando Nacional de Greve Estudantil (CNGE) e foi um marco para o processo de greve estudantil nacional, evidenciando também alguns dos entraves e possibilidades políticas do movimento. A reunião contou com 56 delegados (dois deles secundaristas do colégio Pedro II, RJ) e mais de 350 estudantes de todo o país. Após isso, o CNGE passou a se reunir permanentemente em Brasília, porém, sem a representatividade necessária da magnitude da greve que abala a educação federal, e como consequência disso (mas não só disso), o Comando encontra debilidades em conseguir encaminhar as tarefas necessárias para a vitória da greve geral na Educação.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Comunicado nº 2 da Oposição CCA ao DCE da UFG


A GREVE NAS FEDERAIS: consequência da precarização e mercantilização da educação

Goiânia, julho de 2012. Comunicado nº 2 da Oposição Classista, Combativa e Autônoma

Em resposta ao cenário de precarização do trabalho e estudo no setor da educação, iniciou-se a atual mobilização, a qual estamos vivenciando. Tendo início aos 17 de maio de 2012, a greve dos docentes, convocada pelo ANDES-SN, já é composta por 56 Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). Desenha-se assim, um quadro de uma das maiores mobilizações no setor da educação da última década. Acompanhando a greve dos docentes, também foi deflagrada a greve pelos servidores, por meio da FASUBRA, entidade nacional dos servidores das Universidades Públicas, e ainda, estudantes de no mínimo 30 Universidades Federais deflagraram greve estudantil.

Deflagração da greve estudantil na UFG

A proporção atingida pelo movimento grevista é decorrente das contradições criadas pelo Governo Federal através das políticas educacionais das últimas décadas, sendo estas, resultantes do cenário global de avanço do neoliberalismo. A eleição de Lula e Dilma, na figura do “governo dos trabalhadores”, surge diante da necessidade de um governo de apoio de massas para a continuidade do avanço das propostas globais de reforma neoliberal do Estado. Frente as demandas de uma economia em franca crise, iniciou-se a lógica de enxugamento dos gastos públicos; como exemplo disso tivemos os históricos cortes de 50 e 55 bilhões em 2011 e 2012 respectivamente (na educação foram mais de 5 Bi); a manutenção do pagamento inacabável da rolagem da dívida pública e da isenção fiscal e facilidades de instalação de empresas privadas.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

DUAS CONCEPÇÕES DO MOVIMENTO GREVISTA: a ação direta e o imobilismo parlamentar*

1 – A unidade que fortalecerá a atual Greve nas Federais não será com os setores governistas do movimento

A magnitude do atual movimento de Greve Geral na educação superior pública no Brasil, iniciada 17 de maio pelo movimento docente e pelo seu sindicato, o ANDES-SN, tem sido capaz de levar a uma aparente unidade entre as forças políticas atuantes no movimento estudantil. De fato, até mesmo a ultra-governista UNE retoricamente diz se posicionar  de acordo com as pautas da Greve, sendo a primeira vez, em muitos anos, a dizer-se de acordo com um movimento que se opõe ao Governo Federal. Tal suposta unidade, no entanto, tem sido sistematicamente utilizada pelos setores governistas de modo a esconder a natureza e a causa da atual Greve, e assim coibir sua radicalização e o enfrentamento direto aos programas educacionais do governo. É-nos dito que os problemas que levaram à greve devem-se a questões técnicas-administrativas secundárias e que elas não refletem algo mais estrutural, que não seriam inerentes ao projeto educacional em curso desde a implementação do REUNI (carro chefe da Reforma Universitária). Caberia ao movimento grevista se resumir a propor mudanças cosméticas que melhorariam a eficiência da política atual que ao mesmo tempo resolveriam problemas específicos de sua implementação.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Comunicado RECC - A GREVE NAS FEDERAIS E OS BASTIDORES DO GOVERNO:arrocho salarial, precarização e privatização do ensino no Brasil


As precárias condições de trabalho e estudo no setor da educação vêm sendo postas em evidência através das atuais mobilizações: A Greve dos docentes das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), convocada pela ANDES-SN, teve início em 17 de maio de 2012 e até agora já são 50 instituições em Greve por tempo indeterminado; Acompanhando a Greve docente, estudantes de no mínimo 30 Universidades Federais também deflagraram Greve Estudantil; A FASUBRA, entidade nacional dos servidores das Universidades Públicas, possui indicativo de Greve Nacional para o dia 11 de junho; Para o dia 13 de junho está previsto o início da Greve dos trabalhadores federais da educação básica, profissional e tecnológica, base do SINASEFE.

Desenha-se assim um quadro de uma das maiores mobilizações do setor da educação na última década. Há de se perguntar, nesse contexto, quais as causas geradoras de tais movimentos reivindicativos, analisados nas condições particulares e gerais a todas estas categorias em luta? Para a RECC não há dúvida: as Greves em nível federal na educação só podem decorrer das contradições que as políticas educacionais e econômicas do Governo Federal vêm criando na última década.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

PM AGRIDE ESTUDANTES EM GOIÂNIA

No dia 23/05, foi marcado um ato contra o aumento do transporte e pelo passe livre estudantil em Goiânia. A concentração iniciou-se às 16 horas, na praça Universitária e quando o ato estava prestes a começar, mais precisamente às 17 horas, uma viatura da Polícia Militar apareceu no local e efetuou a abordagem de quatro indivíduos, dentre as aproximadamente quarenta pessoas que haviam no local.

Após efetuada a revista dos indivíduos, foi encontrado com uma das pessoas (que ninguém conhece e suspeitamos ser um infiltrado) um pacote com comprimidos de êxtase. Foi decretada voz de prisão para o indivíduo e não houve nenhuma resistência até então.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

AVALIAÇÃO DO “1º FORA MARCONI”: Abaixo o pacifismo e o policlassismo

No último sábado, dia 14 de abril, aconteceu em Goiânia um ato denominado “Fora Marconi”, em resposta aos escândalos de corrupção que revelaram o envolvimento do Governo de Goiás com o bicheiro Carlos Cachoeira. O ato foi composto em sua maioria por estudantes e jovens em geral, organizações estudantis e organizações político-partidárias, cada qual com diferentes tipos de interesses e perspectivas. A passeata, de caráter pacífico, percorreu as principais avenidas do centro de Goiânia, causando certa repercussão na mídia.

De acordo com a assessoria de imprensa, o governo respeita o direito da população de mostrar sua insatisfação, desde que essa seja expressada dentro dos meios legais. Essa posição assumida pelo governo, mais uma vez nos mostra que a insatisfação popular, expressada através dos meios legais, não assusta os parlamentares e a burguesia, já que esse tipo de ato, de longe é eficaz para a transformação social, pois não causam ameaças a atual estrutura, de exploração da burguesia sobre os trabalhadores.

Além do caráter pacífico, o ato também foi marcado pelo policlassismo, através da tentativa de conciliar os interesses dos trabalhadores com os interesses da burguesia. Essa tentativa é totalmente ilusória, a conciliação do interesse de duas classes antagônicas é impossível e, para nós trabalhadores, a insatisfação não deve ser apenas com a corrupção exercida pelo atual governo, já que isso é decorrente da interdependência do sistema capitalista com o regime da democracia burguesa. A luta deve ser classista e combativa, contra a classe burguesa e a corja parlamentar, que mantêm a exploração sobre o operariado.

Não devemos nutrir esperanças no parlamentarismo, através de meios legais/reformistas e pacíficos (CPI, impeachment etc), que buscam apenas modificar os representante da burguesia, mantendo a atual estrutura de exploração. Enquanto estudantes oriundos da classe trabalhadora, devemos estar lado a lado com os trabalhadores, organizados através da base na luta reivindicativa, por meio da ação direta, opondo a política neoliberal e seus ataques a nossa classe.

Abaixo o policlassismo colaboracionista!
Abaixo a luta pacifista/legalista da pequena burguesia!
Abaixo o governo neoliberal do Marconi!
Nenhuma ilusão ao Estado burguês!
VIVA A AÇÃO DIRETA DOS ESTUDANTES E TRABALHADORES!

terça-feira, 17 de abril de 2012

CONSTRUIR A AÇÃO DIRETA DOS TRABALHADORES

A alguns dias foi revelado mais um caso de corrupção, envolvendo desta vez o senador Demóstenes Torres, surpreendendo muita gente que o concebia como “político honesto”, assim também como o envolvimento do Governo de Goiás, através da relação do governador Marconi Perillo com o bicheiro Carlos Cachoeira. Estes casos de corrupção, são decorrentes da interdependência do sistema capitalista com o regime da democracia burguesa, esta é apenas mais uma demonstração da subordinação da política parlamentar ao capital, que, independente do partido, não modifica as estruturas sociais, estando sempre em defesa da burguesia.

Não devemos nos submeter aos meios burgueses, caindo na utopia de que é possível a existência de algum governo que nos representará ou que beneficiará a classe trabalhadora. Devemos tomar consciência enquanto classe, de que o Estado é instrumento central na exploração dos trabalhadores, legitimando a violência através de leis, forças repressivas e etc, sendo assim, a tentativa de “limpar” os meios parlamentares através de protestos anti-corrupção, não passam de uma tentativa idealista, pequeno-burguesa, que cria ilusões nessas vias, atravancando a verdadeira luta combativa dos trabalhadores e estudantes.

Enquanto estudantes proletários, não devemos nutrir esperanças, muito menos nos desgastar para a construção de pautas reformistas, que visam apenas modificar os representantes da burguesia, mantendo a atual estrutura, que gera as explorações de nossa classe. Enquanto somos explorados, a burguesia, juntamente com os parlamentares, vivem do nosso suor.

A melhor maneira de lutar pelos interesses do proletariado, seria fazendo-o nós mesmos, através da luta reivindicativa. O movimento estudantil deve estar na vanguarda dessa luta, juntamente com as organizações de trabalhadores e as formas gerais de luta
contra a exploração.

Não devemos criar ilusões ao estado burguês!
Não existe capitalismo sem corrupção!
Fora Marconi e todos políticos!
A emancipação dos trabalhadores será obras dos próprios trabalhadores!

quinta-feira, 15 de março de 2012

28 de Março: Dia Nacional de Luta dos Estudantes

28 de Março:
Dia Nacional de Luta dos Estudantes

28 de Março é celebrado o Dia Nacional de Luta dos Estudantes. Esta data homenageia o secundarista Edson Luís de Lima Souto que em 1968 foi assassinado com tiros a queima roupa pela Polícia Militar, no Rio de Janeiro. Fora o primeiro estudante que tombou morto diante da ditadura. Ele participava de um ato no restaurante estudantil Calabouço, foco de grandes mobilizações, reivindicando melhorias na alimentação, diminuição no preço e o término das obras do local. A PM adentrou o restaurante metralhando indiscriminadamente, deixando vários feridos e outros mortos, como o estudante Benedito Frazão Dutra, que faleceu dias depois.

Velório de Edson Luís


O corpo de Edson Luís foi levado imediatamente pelos próprios companheiros para ser velado na Assembleia Legislativa, e depois por cerca de 50 mil pessoas para ser sepultado. Nem sua missa de 7º dia foi poupada, onde os militares voltaram a atacar os presentes na igreja da Candelária, deixando outros feridos. A morte de Edson Luís gerou comoção e revolta nacional. Organizaram-se nos meses seguintes combativas passeatas e greves gerais com milhares de pessoas em mais de 20 cidades em todo Brasil, às quais tiveram mais presos, feridos e outros mortos pela ditadura.

Em decorrência desta data, e este ano completando 44 anos de seu assassinato, a RECC todos os anos faz questão de manter viva a memória do camarada Edson Luís. E de todos aqueles que foram perseguidos, torturados ou assassinados enfrentando a sanguinária ditadura civil-militar da burguesia. Convocamos os estudantes do Brasil para celebrarem a data, realizando em suas escolas e cidades atividades entre a semana de 25 a 31 de Março. Não podemos permitir que apaguem nossa história e nossa luta, tal como assassinaram nossos camaradas. O esquecimento é a morte. A luta é a vida.

25 a 31 de Março
Semana Nacional
Classista e Combativa

Em memória e justiça aos mortos pela ditadura!
Não esquecemos nem perdoamos!
O companheiro Edson Luís vive!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O CLASSISTA - Boletim nº01 da Oposição CCA ao DCE-UFG

O 1º número do boletim "O CLASSISTA", da Oposição CCA está disponível em pdf.

Confira nesta primeira edição:

- O NOVO PNE: O CAMINHO PARA UMA EDUCAÇÃO PRIVATIZADA VOLTADA PARA O MERCADO

- Universidade, capitalismo e movimento estudantil classista e combativo!

- O que é a Oposição CCA ao DCE-UFG

Para fazer o download, clique no link abaixo.
O CLASSISTA - Boletim nº 01 da Oposição CCA

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

PELA REINTEGRAÇÃO IMEDIATA DO COMPANHEIRO MACARRÃO, DEMITIDO POLITICO!


A luta dos professores estaduais foi uma das lutas mais importantes do Ceará no ano de 2011. A batalha pelo piso nacional do magistério (Lei 11.738) repercutindo na carreira (Lei 12.066), foi puxada por toda uma nova geração de professores recém-ingressos por concurso ou por contrato temporário.

Os professores passaram por diversos desafio em sua luta e tiveram que encarar a direção pelega do sindicato da categoria, dirigida pelo governismo do PT, e também a truculência do governo Cid Gomes/PSB. Frente a inoperância do direção do sindicato, os professores articularam-se nos Zonais, organismos de base que reúnem professores de uma determinada área, rearticulando a capacidade de organização da categoria. E perante as agressões do governo estadual demonstraram força numa série de combates e tentativas de ocupações que gerou o acampamento na Assembleia Legislativa(28/09)

O camarada Macarrão é professor temporário da EEFM Estado do Pará e um dos que estiveram na linha de frente da greve. O companheiro também possui militância no movimento popular(MLDM) contra as remoções da Copa de 2014. A sua demissão tem um claro objetivo político.

Recentemente o professor Macarrão, após sua aula na manhã do dia 06/01, foi informado pelo núcleo gestor da sua escola, que na manhã anterior havia ocorrido uma reunião na SEDUC onde a superintendente informou ao núcleo gestor que o queria demitido naquele mesmo dia. O núcleo intercedeu, porém a superintendente permaneceu irredutível A justificativa dada foi o fato do professor ter participado de manifestações estudantis na EEFM José de Alencar e no EEFM 2 de Maio. Numa clara perspectiva de retaliação/perseguição e demissão politica.

Este tipo de retaliação já é algo esperado, ainda mais para um professor de contrato temporário que está na condição de precarização. A precarização do trabalho docente, via contrato temporário, faz parte do mecanismo sui gênesis do neoliberalismo: a) a superexploração do trabalho; b) A desorganização sindical e a destabilização politica, tendo em vista a facilidade de demissão de trabalhadores sobre esse regime de contrato.

O professor Macarrão é temporário, e na rede estadual, o professor temporário não tem nenhum direito assegurado. Assina o contrato sem ter acesso a nenhuma via do mesmo, não tem carteira assinada, não tem direito ao vale refeição, tampouco direito de sindicalização. Entendemos que o professor temporário executa o mesmo serviço que o efetivo, assim, por ter os mesmos deveres deve ter os mesmos direitos.

Neste pós greve temos o agravante do fato de que o governo Cid Gomes/PSB querer colocar o professor temporário que fez greve para repor aulas sem salário. Entendemos que a greve foi uma necessidade do trabalhador em educação de parar suas aulas por falta de condições de trabalho, assim o único culpado da greve do estado foi Cid Gomes/PSB que agora quer penalizar os professores temporários.

Tanto efetivos quanto temporários demostraram disposição de luta neste processo. A SEDUC, partiu para uma série de retaliações, como assédio moral nos locais de trabalho e estudo contra estudantes que participaram da luta, como os professores que estiveram na linha de frente da greve, bem como a proibição de usarem a escola como espaço de reunião numa clara demonstração de cerceamento da liberdade de pensamento e de reunião. O governo estadual usou da repressão física nas manifestações, como na ocupação da Assembleia Legislativa. E quando essas táticas de coação não se mostraram capazes de conter o ânimo de luta da categoria, usa-se agora da demissão aos professores que estiveram a frente da greve. A perseguição aos professores de luta se aprofundou com a demissão do camarada Macarrão. E é um indício de uma "caça as bruxas" na categoria.

O que CID/SEDUC estão fazendo para além da perseguição politica, é dar: a) uma lição na categoria, que entrou em greve e desafiou o Governo; b) Um aviso para que os futuros combatentes pensem duas vezes antes de se organizarem e enfrentarem esse Governo. c) Que a APEOC cada vez mais mostra-se do lado do governo contra os professores, merecendo toda a denuncia e combate.

A demissão do camarada Macarrão é uma lição que CID/SEDUC/APEOC dão aos professores combativos e/ou temporários que enfrentaram o Governo. É necessário reverter esse quadro, dando uma lição no Governismo, demonstrando que nenhum companheiro pode ser demitido por motivos políticos, É preciso reintegrar o companheiro ao seu posto de trabalho.

É muito importante, que nesse momento todos os professores convoquem os estudantes a encaparem essa luta, pois essa luta é de todos.

As Oposições/Movimentos/Sindicatos que quiserem se somar assinando esta nota enviar para o e-mail da OCE: oposicaoeducacaoce@gmail.com

NENHUMA AGRESSÃO SEM RESPOSTA!
MEXEU COM UM, MEXEU COM TODOS!
UMA SÓ CLASSE, UMA SÓ LUTA!

Assinam esta nota:

Oposição Classista e Combativa ao DCE-UFC;
Pró-Oposição Combativa na Educação;
Pró-Fórum de Oposição Pela Base-CE;
Coletivo Pedagogia em Luta (CPL) – CE;
Oposição de Resistência Classista - Educação/RJ;
Coletivo estudantil de geografia TERRITÓRIO LIVRE - UnB;
Oposição CCI - Combativa, Classista e Independente ao DCE da UnB;
MOCLATE – Movimento Classista de Trabalhadores em Educação;
LSOC - Liga Sindical Operária e Camponesa;
SERPRU – Sindicato dos Empregados Rurais de Presidente Prudente e Região;
ANA – Associação Nacional da Agricultura;
MLDM - Movimento de Luta em Defesa da Moradia;
Comitê de Defesa Proletária;
Sindicato do Trabalhadores Rurais de Presidente Venceslau e Marabá Paulista;
SINDSCOPE-RJ - Sindicado do Servidores do Colégio Pedro II;
TRS – Tendência Revolucionária Sindical;

 
"A única luta que se perde, é aquela que se abandona..."

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

PLENÁRIA NACIONAL CLASSISTA E COMBATIVA 2012







CONVOCATÓRIA À PLENÁRIA NACIONAL CLASSISTA E COMBATIVA 2012

ORGANIZAR OS ESTUDANTES DO POVO, LUTAR CONTRA A EDUCAÇÃO DE MERCADO.

O período pós-ditadura trouxe sérias marcas ao movimento estudantil, marcas que se arrastam até hoje. Por um lado, tivemos uma geração traumatizada ideologicamente, que sofreu forte restrição em seu pensamento crítico de cunho socialista ou revolucionário, enfim, combativo; por outro, tivemos cicatrizes nos modelos de ação e organização política de estudantes e trabalhadores, devido à aberta repressão civil-militar da ditadura, que não mais ousavam o enfrentamento direto com a ordem capitalista, mas que se restringiam a exigir um sistema burguês mais democrático. Estas marcas foram, a bem da verdade, agravadas e combinadas com o início e desenvolvimento da reestruturação produtiva a nível mundial, com instabilidade e precarização no mundo do trabalho, que também aplacou o Brasil, guiado pela política neoliberal de todos nossos governos desde a década de 90. Para piorar, relaciona-se com este mesmo período e também se arrasta até hoje, o pensamento ideológico que tenta nos convencer do fim das classes e portanto da luta de classes, da não centralidade do trabalho e etc., gerando assim sérias dificuldades na identidade, organização e programa autônomo enquanto classe trabalhadora.

Se por um lado fomos aplacados negativamente por estas causas externas, também o fomos atingidos severamente por atores internos. Sem rodeios, falamos aqui da hegemonia política reformista no interior do movimento estudantil e dos trabalhadores. Com efeito, tivemos a oportunidade de ter partidos como PT e PCdoB na direção dos nossos maiores movimentos, como CUT, UNE e MST – direção hegemônica até hoje. Nesta oportunidade, fomos direcionados ao nebuloso caminho da participação e colaboração com o regime democrático burguês, uma vez que a compreensão hegemônica em nossas organizações era (e parece ser) que a classe trabalhadora deveria, por meio de seus representantes partidários, alcançar o poder político do Estado através das eleições burguesas (para presidente, governadores, deputados etc.). Ocorre que não se pode jogar o jogo da burguesia fugindo às suas regras. Dessa forma, pretensos governo dos trabalhadores, como ousa intitular-se o PT, ou como pretendem partidos de menor porte como PSTU e PSol, acabam por adequar-se à lógica imperante e reproduzi-la: a do próprio regime capitalista.

A despeito da popularidade que possua o PT, do carisma lulista ou dos parcos programas de compensação para remediar os bolsões de pobreza – diga-se de passagem, agravados pelas contradições sociais vistas desde a vigência neoliberal – o próprio PT rendeu-se às regras do capital, condição para se manter a quase uma década ou obter três mandatos para presidência da república. Quer dizer, estando no governo central do país e na base deste governo e ao mesmo tempo estando na direção da maior parte das organizações estudantis e dos trabalhadores, PT e PCdoB acabam por impetrar as principais pautas e políticas do governo também no interior dos nossos movimentos, retirando  assim toda independência e nos paralisando. É dessa forma que é possível o estabelecimento de um aparente consenso sobre os programas do governo, resultando na falta ou na diminuição da crítica e de confrontos abertos. Este fenômeno do governismo é, portanto, fruto de uma opção/orientação de cunho reformista adotada no mínimo desde a década de 80, e se mostra como uma pedra no sapato do desenvolvimento da luta de classes no Brasil, ou seja, da luta autônoma dos estudantes e trabalhadores por nossas reivindicações e necessidades básicas e históricas.

Atualmente, com relação à educação no Brasil, esta pedra no sapato age blindando a principal política do governo para o setor: o novo Plano Nacional da Educação (PNE), que, caso aprovado, vigorará até 2020.  Este PNE sistematiza e aprofunda praticamente todas as principais políticas e metas neoliberais adotadas pelo governo Lula, inclusive, algumas que tiveram maior enfoque no Ensino Superior, trazendo-as ao Ensino Básico e Técnico. Assim, quer impor também a estas modalidades de ensino a elevação desproporcional de alunos por professor e uma taxa alta de conclusão média dos cursos (que se transformam em aprovações-automáticas, como bem sabemos), a exemplo do REUNI. Como demostra o já aprovado PRONATEC, programa que estabelece parceria com o Sistema “S” (SESC, SENAI, SESI etc.), as metas do PNE se dirigem a dar maior peso ao setor privado da educação, ampliando o investimento direto de verba pública nos estabelecimentos de ensino privado, tal como faz o FIES e o ProUNI. Ademais, ao pretender universalizar o ensino fundamental e aumentar as matriculas no ensino superior, pretende para isso utilizar massivamente o Ensino à Distância (EaD), metodologia que é opção do governo justamente por ser de baixíssimo custo de implantação (inclusive com baixa remuneração dos orientadores) e por garantir uma formação rápida, porém com qualidade notadamente inferior a do ensino presencial. Há no PNE, portando, o aprofundamento da lógica de expansão precarizada do ensino, de formação voltada unicamente às demandas do mercado e de fomento direto à educação privatizada, em detrimento da pública.  

Neste contexto, há uma tarefa imprescindível que todos estudantes filhos da classe trabalhadora devem tomar parte. Essa tarefa é a da reorganização de nosso movimento, orientado não pelo reformismo, mas sim pelo princípio da independência e identidade de classe capaz de opor resistência frontal para combater cada passo e ação dos capitalistas e seu do Estado burguês que pretendem explorar e lucrar em cima do trabalho, da educação, da cultura etc. Na ordem do dia, mediado pelo interesse em colocar cada vez mais a educação a serviço do mercado e do capital, está o novo PNE Neoliberal do governo. É mais um episódio da luta de classes onde a burguesia e seu governo se sentem a vontade para impor suas vontades, cuja sequelas vigorarão por décadas... vigorarão, caso os estudantes não sejam capaz de impor resistência. Temos, pois, que aliado à tarefa imediata de entender e mobilizar os estudantes para barrarmos este novo ataque capitalista representado no PNE, a tarefa de reorganizar o Movimento Estudantil Classista e Combativo no Brasil: duas tarefas que interpenetram-se, visando um único objetivo: construir uma educação universalizada cujo conhecimento produzido esteja a serviço de resolver os principais problemas do povo, e não enriquecer meia dúzia de capitalistas.

Construir o Movimento Combativo dos Estudantes!
Derrotar o PNE Neoliberal nas ruas!


Organize-se e compareça na Plenária Nacional Classista e Combativa 2012
Tema: O PNE Neoliberal de Dilma/PT e o desafio dos Estudantes Combativos no Brasil
Data: 28 de janeiro em Porto Alegre/RS (manhã e tarde)