1 – A unidade que fortalecerá a atual Greve nas Federais não será com os setores governistas do movimento
A
magnitude do atual movimento de Greve Geral na educação superior
pública no Brasil, iniciada 17 de maio pelo movimento docente e pelo seu
sindicato, o ANDES-SN, tem sido capaz de levar a uma aparente unidade
entre as forças políticas atuantes no movimento estudantil. De fato, até
mesmo a ultra-governista UNE retoricamente diz se posicionar de acordo
com as pautas da Greve, sendo a primeira vez, em muitos anos, a
dizer-se de acordo com um movimento que se opõe ao Governo Federal. Tal
suposta unidade, no entanto, tem sido sistematicamente utilizada pelos
setores governistas de modo a esconder a natureza e a causa da atual
Greve, e assim coibir sua radicalização e o enfrentamento direto aos
programas educacionais do governo. É-nos dito que os problemas que
levaram à greve devem-se a questões técnicas-administrativas secundárias
e que elas não refletem algo mais estrutural,
que não seriam inerentes ao projeto educacional em curso desde a
implementação do REUNI (carro chefe da Reforma Universitária). Caberia
ao movimento grevista se resumir a propor mudanças cosméticas que
melhorariam a eficiência da política atual que ao mesmo tempo
resolveriam problemas específicos de sua implementação.