Fora veiculado
em campanha da chapa única à reitoria da Universidade Federal de
Goiás, do candidato a reitor Orlando Afonso do Valle Amaral,
professor do instituto de física, e do candidato a vice-reitor
Manoel Rodrigues Chaves, professor do curso de Geografia de Catalão,
a informação da que o modelo paritário de eleição para dirigente
da instituição asseguraria que um voto docente exerceria o mesmo
impacto na decisão que um voto de técnico ou estudante.
Nós da
Oposição Classista, Combativa e Autônoma ao DCE-UFG
vimos esclarecer que essa informação veiculada não
é verdadeira e que o modelo paritário não garante a
equivalência do voto de membros de setores distintos da comunidade
universitária. Isso aconteceria apenas se o número de votantes de
um setor fosse o mesmo que o de outros. Uma vez que o número de
discentes na comunidade
acadêmica é majoritário, percebemos que o modelo paritário serve
como engodo e artifício para que a maioria estudantil não consiga a
representação de suas intenções através dessa maioria.
O modelo
paritário dá continuidade à dominação política dos professores
dentro da universidade, já que o corpo discente é despojado da
vantagem numérica e deve se contentar em ser consultado na mesma
proporção que um grupo muito menor. Analisando o modelo paritário
através da quantidade de votos dessa eleição, podemos facilmente
visualizar essa intenção:
Dos 5561
votos, 1310 foram dos docentes, 1475 dos técnicos e 2776 dos
estudantes. Fazendo o cálculo do voto paritário, 1 voto docente
equivaleu a 1,126 voto dos técnicos; 1 voto docente equivaleu 2,119
votos de estudantes, aproximadamente. Essa discrepância não foi
maior porque a abstenção estudantil foi grande.
Além dessa
diferença no peso dos votos, devemos destacar que a eleição para
reitor é apenas consultiva, ou seja, que se consolida apenas como um
critério para que o Colégio Eleitoral defina os nomes contidos nas
listas tríplices (três nomes para reitor e três pra vice) que
então serão conduzidas ao MEC. Deste modo, assim como no período
ditatorial, não são os estudantes e nem comunidade acadêmica quem
de fato escolhe o nome do novo reitor, mas o ministério da educação,
aparato do Estado burguês a serviço da educação de mercado.
Pelo voto universal nas eleições para reitor!
Senhores, é incoerente dizer que professores dominam politicamente a academia, e em seguida afirmar que a escolha do novo reitor é feita pelo MEC que está a serviço do Estado Burguês. A efetividade dos votos do grupo docente e a pretensa superioridade destes em relação aos alunos cai por terra quando os nomes dos candidatos são enviados ao Ministério da Educação. O alvo a ser criticado deve ser escolhido de antemão: ou os professores, ou o MEC. É dando tiros para todos os lados, que corremos o risco de não acertar ninguém.
ResponderExcluirCaro comentador, ao se falar em em "dominação política docente" podemos entender que esta não deixa de existir com a supremacia do MEC. Sua opinião está equivocada. Não é um "OU" outro, é um "E" outro, devidamente organizada de acordo com a hierarquia. Justificamos. Pois mesmo sendo as "eleições" para Reitor mera consulta, a instância da Universidade que aprova a lista tríplice a ser enviada ao MEC é o Conselho Superior. Este Conselho Superior, como deve saber, é composto majoritariamente por professores, 70% no mínimo, como manda a LDB. O MEC, por mera cultura, na maioria da vezes elege coincidentemente a preferência de Reitorado indicada pelo Conselho Superior. Porém não há absolutamente nenhum recurso legal que o obrigue a agir assim, sendo verificável diversos casos em contrário em que a consulta à base da comunidade acadêmica,em que pese a já antidemocracia imperante, sequer foi respeitada. Ainda que o colega tenha questionado um ponto secundário e que achávamos estar subentendido do texto, vale a pena dizer: a relação de confiança política do MEC com as universidades a ponto de manter tal cultura-política da indicação resulta na capacidade de "amarração", burocrática e remunerada mesmo, desta casta docente encastelada nas estruturas de poder superior. Desta forma, mantém-se as relações de poder do MEC, exercida inclusive por outra infinidade de artifícios, exatamente através do poder docente universitário.
ResponderExcluirCompreendo perfeitamente, companheiro, e sua réplica poderia estar explícita no texto que estamos debatendo, pois a partir dele tirei minhas conclusões. Veja o que diz:"Deste modo, assim como no período ditatorial, não são os estudantes e nem a comunidade acadêmica quem de fato escolhem o nome do novo reitor, mas o ministério da educação, aparato do Estado burguês a serviço da educação de mercado". Esse trecho ficou ambíguo, pois acredito que os docentes também estão incluídos na comunidade acadêmica. Compreendi suas teses. Quero estar junto com vocês nessa luta.
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